Continuando nossa discussão sobre a importância dos grupos alimentares para uma alimentação equilibrada, hoje vamos falar sobre o grupo do arroz, pão, massas, batata e mandioca, alimentos tão comuns para o paladar brasileiro.
Mas é necessário mesmo consumir esses alimentos?
Um estudo publicado pelo British Journal of Nutrition em 2015, avaliou por meio de uma revisão bibliográfica, se os padrões alimentares que incluem o pão estão associados à obesidade e ao excesso de gordura abdominal, tanto na população em geral como em indivíduos submetidos ao tratamento da obesidade.
Os resultados indicaram que reduzir o pão branco, mas não o pão integral, tendo o consumo dentro de uma alimentação mediterrânea está associado a menores ganhos de peso e gordura abdominal. Portanto, para os autores, a composição diferente entre o pão integral e o pão branco pode variar em seu efeito no peso corporal e na gordura abdominal.
Outra revisão sistemática e meta-análise, publicada em 2018, pelo British Medical Journal avaliou as evidências do efeito das massas sobre as medidas de adiposidade corporal. Os resultados mostraram que o consumo de macarrão dentro de dietas de baixo índice glicêmico (IG) reduziu significativamente o peso corporal (Diferença de Média {MD} = -0,63 kg; IC 95% -0,84 a -0,42 kg) e o Índice de Massa Corporal (MD = -0,26 kg / m2; IC 95% -0,36 a -0,16 kg / m2) em comparação com padrões alimentares de maior Índice Glicêmico (IG).
Portanto, os autores concluíram que o consumo de massa em dietas de baixo IG não afeta a adiposidade e até reduz o peso corporal e o IMC em comparação com os padrões alimentares de maior IG.
Em uma outra revisão sistemática e meta-análise, publicada no Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases, em 2017, os pesquisadores avaliaram o potencial benefício do consumo de massa sobre fatores de risco para doenças cardio-metabólicas.
Os autores concluíram que as evidências científicas são convincentes de que as refeições com massas induzem respostas glicêmicas pós-prandiais mais baixas do que outras comidas com carboidratos, por exemplo, pão branco e batata, que são frequentemente consumidas nas dietas ocidentais. No entanto, faltam evidências de como a ingestão de massa pode influenciar o risco de doenças cardio-metabólicas.
Nesse sentido, para os autores, o estudo demonstrou que a massa é um tipo de carboidrato de baixo IG, especialmente em comparação com outros alimentos ricos em amido.
Alimento | Índice Glicêmico |
Glicose | 103 ± 3 |
Pão branco | 75 ± 2 |
Espaguete | 49 ± 2 |
Arroz branco cozido | 73 ± 4 |
Batata cozida | 78 ± 4 |
Fonte: Harvard, 2015 |
Nesse sentido, os estudos, não deixam dúvidas de que estes alimentos podem ser inseridos em um contexto de planejamento dietético, equilibrado e individualizado.
Ps. Lembre-se sempre sobre a importância de realizar acompanhamento com nutricionista para individualizar seu plano alimentar e otimizar suas necessidades específicas.
Referências bibliográficas:
Chiavaroli L,Kendall CWC, Braunstein CR,et al. Effect of pasta in the context of low-glycaemic index dietary patterns on body weight and markers of adiposity: a systematic review and meta-analysis of randomised controlled trials in adults. BMJ Open 2018;8:e019438. doi:10.1136/bmjopen-2017-019438
Huang M, Li J, Ha M-A, Riccardi G, Liu S, A systematic review on the relations between pasta consumption and cardio-metabolic risk factors, Nutrition, Metabolism and Cardiovascular Diseases (2017), doi: 10.1016/j.numecd.2017.07.005.
Harvard Health Publishing – Harvard Medical School. Glycemic Index for 60+ foods – Measuring carbohydrate effects can help glucose management (2015). Disponível em <https://www.health.harvard.edu/diseases-and-conditions/glycemic-index-and-glycemic-load-for-100-foods>
Serra-Majem, L.; Bautista-Castano, I. Relationship between bread and obesity. British Journal of Nutrition (2015), 113, S29–S35.
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vou compartilha o conteudo.