Já falamos sobre a importância dos antioxidantes dietéticos. Por isso, hoje vamos falar especificamente de uma classe de antioxidantes, os carotenoides.
Os carotenoides são uma família de compostos, encontrados amplamente na natureza e que são responsáveis pelas cores da maioria dos vegetais. Além disso, cada subclasse de carotenoides (β-Caroteno; caroteno; criptoxantina; luteína; zeaxantina; licopeno) apresenta ações específicas relacionadas a saúde.
Em uma revisão sistemática e meta-análise, publicada pela Public Health Nutrition, os autores avaliaram a associação entre o consumo dietético e a concentração circulante de importantes antioxidantes dietéticos com risco de mortalidade total por doenças cardiovasculares. No estudo, foram incluídos 15 estudos prospectivos de coorte e três avaliações prospectivas de estudos intervencionais, totalizando 320.548 participantes e 16.974 casos analisados. Os resultados mostraram que o maior consumo de vitamina C e maiores concentrações circulantes de vitamina C, vitamina E e β-caroteno estão associados a um menor risco de mortalidade por doenças cardiovasculares.
Outro estudo publicado na revista Nutrition Neuroscience por pesquisadores norte americanos, avaliou-se a ingestão de luteína e zeaxantina (L e Z) em relação ao desempenho cognitivo entre os participantes da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES) de 2011-2014 com idade ≥60 anos. Os resultados mostraram que entre os 2796 participantes, um maior consumo alimentar de luteína e Zeaxantina foi associado a uma maior pontuação em cada teste de desenvolvimento cognitivo. Portanto, embora os pesquisadores apontem que mais pesquisas de estudos longitudinais são necessárias, o aumento da ingestão de carotenoides como a luteína e a zeaxantina pode ajudar a prevenir ou retardar o declínio cognitivo.
Em um outro estudo publicado pela revista Nutrients, também com dados da Pesquisa Nacional de Exame de Saúde e Nutrição de 2003-2014 (NHANES) avaliou associações entre os níveis dietéticos e séricos de carotenoides em relação à doença hepática gordurosa não alcoólica (DHGNA). Entre os participantes, 33% foram classificados como portadores de DHGNA e, a ingestão de todos os carotenoides, com exceção do licopeno, foi menor entre os indivíduos com DHGNA, sendo que esta associação foi significativa para aqueles que apresentaram uma maior ingestão de α-caroteno, β-caroteno, β-criptoxantina e luteína/zeaxantina. Já quando foram feitas análises sanguíneas, o nível mais alto de todos os carotenoides foi associado a uma redução significativa das chances de DHGNA. Ou seja, o estudo conclui que a maior ingestão e os níveis séricos da maioria dos carotenoides foram associados com menor chance de ter DHGNA e, portanto, a identificação desses fatores de estilo de vida modificáveis, como a alimentação, oferece uma oportunidade para limitar ou prevenir a doença e sua progressão.
Portanto, não restam dúvidas que além de contribuírem para a coloração dos alimentos, os carotenoides exercem efeitos positivos na saúde de diferentes formas.
E que tal incluir os alimentos fontes destes antioxidantes na sua alimentação? Eles são encontrados em alimentos como: brócolis, couve, espinafre, chicória, tomate, cenoura, pimenta; frutas: caqui, mamão papaia, pitanga, melancia, morango; óleos vegetais, germe de trigo, sementes oleaginosas, vegetais folhosos verde-escuros e alimentos de origem animal, principalmente gema de ovo e fígado.
Referências bibliográficas: