O licopeno aparece como um importante antioxidante, sendo sugerido na prevenção da carcinogênese e aterogênese por proteger moléculas como lipídios, lipoproteínas de baixa densidade (LDL), proteínas e DNA.
Além disso, ele é fortemente associado a benefícios na saúde masculina, sobretudo com a prevenção de câncer, especificamente de próstata.
No entanto, novos estudos têm direcionado novas perspectivas da ingestão do licopeno para a saúde humana.
Um artigo publicado no The British Journal of Nutrition avaliou o impacto a longo prazo da ingestão de tomate e licopeno sobre a mortalidade total e por doença cardíaca coronária [DCC] e doença cerebrovascular.
Avaliou também sua influência sob os fatores de risco cardio-metabólicos de acordo com a ingestão de tomate e licopeno, a partir de dados da Pesquisa Nacional de Saúde e Nutrição (NHANES) 1999-2010.
No total, foram incluídos 23.935 participantes (idade média = 47,6 anos, 48,8% homens), sendo que 3403 mortes ocorreram durante 76,4 meses de acompanhamento.
Os participantes com maior consumo de tomate e licopeno tiveram um efeito mais cardio-protetor em comparação com aqueles com menor consumo.
A idade e a obesidade não afetaram as associações do consumo de tomate e licopeno com a mortalidade total, DCC e mortalidade cerebrovascular.
Os participantes com maior consumo de tomate e licopeno tiveram um efeito mais cardio-protetor em comparação com aqueles com menor consumo.
Os resultados do estudo evidenciaram o efeito favorável da ingestão de tomate e licopeno na mortalidade total e por causas específicas, bem como a fatores de risco cardio-metabólicos e, portanto, devem ser levados em consideração nas estratégias de saúde pública.
Obviamente, precisamos considerar aspectos na recomendação de ingestão, como por exemplo, quantidade, utilização de produtos agro-químicos na produção, no entanto, trata-se de um alimento bastante presente na alimentação brasileira.
Referências bibliográficas:
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